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Recanto das letras

sábado, 25 de junho de 2016

NOSSA INDIFERENÇA!


A noite cai, o frio se instala,
O céu escurece, nenhuma estrela,
Na rua, pelo nevoeiro encoberta,
Uma figura, solitária espreita...

A fome o consome, é insana a agonia,
Queria, uma mão amiga, uma cama macia,
Uma sopa quente, suas entranhas aqueceria,
Uma manta seria, para ele, doação de Maria...

Contrai os olhos, vê um lume, no escuro,
Como fera acuada, temendo o perigo,
Sabe que o golpe é sempre, inesperado,
E a vítima, só mais, uma pedra no asfalto...

O vento sopra forte, lhe açoita o corpo,
Sente-se endurecer, de frio, e de desgosto,
Com seu único amigo, se enrola num canto,
E aperta o cãozinho, de encontro ao peito...

Sua mente embotada se entrega ao sono,
Encosta a cabeça, no colo de um anjo,
Que com voz tão suave, lhe diz ao ouvido,
-Não sofrerás mais, amigo... Enfim... Estás morto...


      Lani ( Zilani Celia)

domingo, 12 de junho de 2016

UM NOVO DIA!



Na noite insone, pesa-me o escuro do quarto,
Dispo-me de ti, olho-me no espelho, quebrado,
As paredes se fecham, vindo ao meu encontro,
Apertam-me como garras, meu peito dilacerando...                          

Rolo na cama e esta, como em chamas,
Queima-me o corpo e as entranhas,
De tristeza choro, por tua indiferença,
Não me ouves, mergulho, em minha descrença...

Entreguei-te, o que de melhor havia em mim,
Se para ti, foi pouco ou nada, enfim,
Buscarei na dor a resignação,
E no tempo, consolar-me com a solidão...

O dia amanhece, restam-me profundas olheiras,
Caminhei toda a noite, rompi fronteiras,
No cansaço da busca, me libertei,
O dia chegou... Sequei as lágrimas e... Levantei...


   Lani  (Zilani Celia)