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Recanto das letras

segunda-feira, 30 de maio de 2016

DELÍRIOS!


 Tua figura em meu devaneio, vejo,
Na chuva, entre um clarão e outro,
Na noite fria, minh’alma sente,
Teus olhos nos meus e uma tristeza de morte...

Tua roupa molhada, colada ao corpo,
A desolação, estampada no rosto,
Na rua, a mala abandonada,
Um ramo de flores, jogado na calçada...

Desembaço o vidro, que me tolhe a visão,
A tristeza me consome, bate-me forte o coração,
Não saio do lugar, estou colada ao chão,
A porta se abre, o vento me toca, volto á razão...

E, no momento em que te perco do foco,
De meu peito escapa, um sentido soluço,
Não estás ali, é só mais um delírio, doído e louco,
De minhas noites...  Na janela debruçada... Sem sono...

      Lani ( Zilani Celia)







segunda-feira, 16 de maio de 2016

PERDÃO DA ALMA!

 Foi forte demais o que senti,
Que de tanto amor me corrompi,
Enganei minh’alma a ela, menti,
E sem nenhuma pena, a entreguei a ti...

Enquanto a levavas, ela me olhava,
Não queria ir, em silêncio, chorava,
Sabia que sofreria, me suplicava,
E de antemão, já me culpava...

O tempo passou, a reencontro agora,
Não é mais menina, sim, uma senhora,
Traz ainda as marcas, de minha traição,
No rosto triste e no fundo, do coração...

Queria pedir, que esquecesse e me perdoasse,
Que, se possível, para mim voltasse,
Lhe imploraria para que, tentasse esquecer,
E diria, o quanto sofri... Enquanto... A via morrer...

    Lani (Zilani Celia)





terça-feira, 3 de maio de 2016

MÃE, UM SONHO ENCANTADO!

Cai a chuva, assustada, desperto,
Ouço seu barulho, forte, no telhado,
Sem respirar, reteso o corpo,
E com medo, na cama me encolho...

O vento se joga, empurrando a porta,
Sacode da cama, a branca colcha,
Tapo a cabeça, fico quieta,
Quando sinto tua mão, tocar a minha testa...

Volto no tempo, me perco em devaneios,                         
Num emaranhado de antigos sentimentos,
Não quero abrir os olhos, para não acordar,
Sei ser um sonho, ali, não podes estar...

E como em criança mãe, chamei por teu nome,
Meu grito triste ecoou, no silêncio da noite,
O anjo, que teu sono velava, sorrindo, me disse,
- Não a acordes, filha!  ... Não vês, que a deixas triste?


     Lani   (Zilani Celia)