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Recanto das letras

sábado, 17 de dezembro de 2016

BOM DIA TRISTEZA!


  
Estás aí, mesmo num dia lindo,
Não és bem vinda, a entrar, não te convido,
Se abrir a guarda, virás em mim morar,
E, novamente o sol, se negará a entrar...

Abri a janela, e pude ver as flores,
Se estivesses aqui, não lhes veria as cores,
Por muito tempo, foste minha companheira,
Mas, vá embora, acabou, quero viver por inteira...

Olhei em volta, como a muito não o fazia,
Vi sorrisos, transbordei de alegria,
Senti uma mão gentil, segurar a minha,
No exato momento, em que, ao tropeçar caia...

Como titã, lutei por minha alforria,
Fui tua escrava, cativa, não percebia,
Que algoz, sem pena, sugavas minha energia,
Não te quero mais, vá embora tristeza... Bom dia...

  Lani (Zilani Celia)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A ÚLTIMA GOTA DE ORVALHO!


A manhã está fria, ainda é inverno,
Na árvore, uma gotinha congelada de orvalho,
Protege-se, da réstia de sol, atrás de uma folha,
Não quer derreter, mas, não há muita escolha...

Olha triste, para a linda, flor amarela,
Pela última vez, quer tocar sua pétala,
Sentir seu perfume e com toda a candura,
Dizer bem baixinho, o quanto a ama...

Quer beijar seus lábios, mas, há pouco tempo,
Lança-se ao ar, vai cumprir seu intento,
De chegar até ela e por um só momento,
Ser, sua seiva de vida, seu último alento...

Cai a chuva, o vento a arrasta, numa forte rajada,
De longe, vê seu amor, já toda molhada,
Desolada ela chora, ainda presa a um galho,
Dá adeus, à rosa amarela... A gotinha de orvalho...


        Lani (Zilani Celia)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DOR PUNGENTE!



  
Queres chorar e a lágrima não vem, se nega,
Trancou-se em teus olhos, tem vida própria,
Apenas brilha, recusa-se a aparecer,
Como estrela, no céu escuro, antes de chover...

O peito arde, a desilusão é imensa,
É fogo, e impiedosa queima,
Só quer ser livre, entregar-se ao pranto,
E poder ser fraca, apenas um ser humano...

A boca seca, o ar lhe falta,
O soluço a sufoca, preso na garganta,
A voz é rouca, soa fraca,
O grito estanca, a ninguém alcança...

A noite chega, fecha-se enfim,
O triste dia passou, chegou ao fim,
Despe-se agora, da hipocrisia que a aprisiona,
Liberta sua alma... Quer morrer... Sozinha...

      Lani (Zilani Celia)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

OS QUATRO ELEMENTOS!

 Sou vento...  Sou ar, sou forte,
Sou da dor o par, sou consorte,
Derrubo, destruo, arranco,
Também sou leve e posso ser manso...

Sou fogo...  Sou quente, veloz,
Sou algoz, muitas vezes feroz,
Quando louco, queimo, saio de mim,
Não paro, antes de ver, de tudo, o fim...

Sou água...  Corro solta, sem tempo,        
Sou lágrima, pranteio o defunto,
Posso ser mar, misterioso, profundo,
E o rio, com o qual me confundo... 

Sou terra...  Sou fincada no mundo,
Sou chão, orgulho de um povo,
Na derradeira morada , o adágio, pomposo,
A poeira que cobre...  Na tumba... O corpo...

    Lani ( Zilani Celia)




terça-feira, 13 de setembro de 2016

DOAÇÃO!

Pediste-me amor, te dei sem dizer não,
Quiseste meus pensamentos, doei meu coração,
Sem pena, meu sorriso, lentamente tiraste,
Cada dia, eu mais entristecia e nem sequer notaste...

De meus olhos, o brilho, para ti querias,
Tentei dar-te o fulgor, das mais belas estrelas,
Pois jamais, poderia atender-te,
Seria, uma agonia viver, se não pudesse ver-te...

Pedi-te então, um pouco, do amor que te dera,
Disse-me não, que era hora de ir embora,
Não ficaria, pois nada a dar-lhe, me sobrara,
Se, de meu corpo e alma, já tudo obtivera...

Sem amor, sem pensamentos, vazia e mutilada,
Sem mais sorrisos, com a boca costurada,
Nos olhos opacos, só uma lágrima, não secara,
Que, choraria para sempre... Pois vida, me restara...


   Lani  (Zilani Celia)

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

FAÇA-SE A LUZ...


 E a luz, foi feita...
Com ela, a fera não mais espreita,
Os montes clareiam, luminosidade perfeita,
A relva se estendeu, à esquerda e à direita...

E ao sopé do morro, veio o rio de água limpa,
Em seu fundo se viu, cada pequena pedrinha,
A árvore ficou mais verde, o fruto amadurecia,
A flor exalou perfume, a mata resplandecia...

O pássaro cantou mais alto, uma linda melodia,
O mar se enfeitou de peixes, o sol o aquecia,
Como pepita de ouro, brilhava mais, a areia,
E um castelo, o vento, na praia erigia...

E, quando tudo já era, uma perfeita alquimia,
Deus trouxe o homem, a vida o acolhia,
Trouxe também a mulher, a primeira criança nascia,
E, num desígnio sagrado, raiou... Um lindo, primeiro dia...

   
  Lani ( Zliani Celia)


domingo, 21 de agosto de 2016

SEM RETORNO!


  
O mesmo vento que por mim passa,
Leva-te embora e de mim te, afasta,
E só ao estares longe demais,
Saberás pelo sofrer, o que ficou para trás...

E por cada caminho que porventura fores,
Verás jardins coberto de flores,
Se novamente as colheres, apenas por prazer,
Morrerão, e uma a uma, verás fenecer...

Te deixaste levar como folha, morta,
Sem impor resistência, já nada te importa,
Mero observador da própria existência,
Vazia, marcada por de amor, a ausência...

Se caíres, frente a outra porta ao voar...
Quando esta se abrir e puderes entrar,
Cuida para que ali possas ficar,
Pois o vento que um dia te fez levitar,
Não te deixará...  Aqui... Novamente voltar...

    Lani  (Zilani Celia)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

RITO DE PASSAGEM!



Foi muita vida e dela me cansei,
A estrada dura e longa, já muito caminhei,
Muitas pedras me feriram, eu as afastei,
Nas noites mais escuras n’outras tropecei...                                         

Castigada pela chuva, aos poucos me curvei,
Mãos me escaparam, algumas, segurei,
Se pelo tempo fui vencida, nem me importei,
Pois de quimeras foi o sonho, que um dia, eu sonhei...

O vento soprou forte, cai me levantei,
Muitas lágrimas rolaram, com disfarce as sequei,
No coração muito ferido, o sangue estanquei,
Meu pranto gritei alto, só eu o escutei...

Mas, na hora derradeira, em meu rito de passagem,
Quero estar num campo verde, sentir leve aragem,
Ouvir canto de pássaros, no céu, de Deus a imagem,
E pr’a lá seguir com anjos...  Numa linda carruagem...



     Lani ( Zilani Celia)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

SILÊNCIO VELADO!


Calou-se novamente, nada diz,
Ao perguntares se contigo, ela é feliz,
Calou-se, não pode responder,
Calou-se...  Mais uma vez...

Como dizer a ele, que tudo acabou,
Se nem sabe, o que nela mudou,
O coração, aos poucos paralisou,
Calou-se... Novamente, se acovardou...

E assim tem sido, tenta fugir,
Em silêncio grita, sem reagir,
Se já não há amor, para que ficar,
Mas, calou-se... Deixou-se, acorrentar...

E, quando a noite vem e a abraças,
Seu corpo não corresponde, triste te afastas,
Finges não perceber, as lágrimas rolam,
A dor os devora... Mas... Ambos se, calam...



     Lani (Zilani Celia)

sábado, 9 de julho de 2016

DE MINHA VIDA ÉS PEREGRINO!


És doce perfume, no frasco de teu corpo,
O ar saudável, que tonta respiro,
O sol que me aquece o rosto,
És água pura, de minh’alma o batismo...

És a noite enluarada, em minha companhia,
A estrela que espia e cúmplice, suspira,
A cortina que se afasta, deixando o vento entrar,
És a luz que se apaga, ao meu corpo acariciar...

És a música suave, que aguça meus sentidos,
Fugindo pelas frestas, em loucos desatinos,
Deixando em meus ouvidos, um resto de canção,
És o som das batidas, de meu triste, coração...

És a chama tênue da vela que tremula,
A estrada curva, que por mim passa e continua,
Meu sonho, que gravita paralelo, a teu destino,
És de minha vida... Apenas peregrino...


      Lani (Zilani Celia)

sábado, 25 de junho de 2016

NOSSA INDIFERENÇA!


A noite cai, o frio se instala,
O céu escurece, nenhuma estrela,
Na rua, pelo nevoeiro encoberta,
Uma figura, solitária espreita...

A fome o consome, é insana a agonia,
Queria, uma mão amiga, uma cama macia,
Uma sopa quente, suas entranhas aqueceria,
Uma manta seria, para ele, doação de Maria...

Contrai os olhos, vê um lume, no escuro,
Como fera acuada, temendo o perigo,
Sabe que o golpe é sempre, inesperado,
E a vítima, só mais, uma pedra no asfalto...

O vento sopra forte, lhe açoita o corpo,
Sente-se endurecer, de frio, e de desgosto,
Com seu único amigo, se enrola num canto,
E aperta o cãozinho, de encontro ao peito...

Sua mente embotada se entrega ao sono,
Encosta a cabeça, no colo de um anjo,
Que com voz tão suave, lhe diz ao ouvido,
-Não sofrerás mais, amigo... Enfim... Estás morto...


      Lani ( Zilani Celia)

domingo, 12 de junho de 2016

UM NOVO DIA!



Na noite insone, pesa-me o escuro do quarto,
Dispo-me de ti, olho-me no espelho, quebrado,
As paredes se fecham, vindo ao meu encontro,
Apertam-me como garras, meu peito dilacerando...                          

Rolo na cama e esta, como em chamas,
Queima-me o corpo e as entranhas,
De tristeza choro, por tua indiferença,
Não me ouves, mergulho, em minha descrença...

Entreguei-te, o que de melhor havia em mim,
Se para ti, foi pouco ou nada, enfim,
Buscarei na dor a resignação,
E no tempo, consolar-me com a solidão...

O dia amanhece, restam-me profundas olheiras,
Caminhei toda a noite, rompi fronteiras,
No cansaço da busca, me libertei,
O dia chegou... Sequei as lágrimas e... Levantei...


   Lani  (Zilani Celia)

segunda-feira, 30 de maio de 2016

DELÍRIOS!


 Tua figura em meu devaneio, vejo,
Na chuva, entre um clarão e outro,
Na noite fria, minh’alma sente,
Teus olhos nos meus e uma tristeza de morte...

Tua roupa molhada, colada ao corpo,
A desolação, estampada no rosto,
Na rua, a mala abandonada,
Um ramo de flores, jogado na calçada...

Desembaço o vidro, que me tolhe a visão,
A tristeza me consome, bate-me forte o coração,
Não saio do lugar, estou colada ao chão,
A porta se abre, o vento me toca, volto á razão...

E, no momento em que te perco do foco,
De meu peito escapa, um sentido soluço,
Não estás ali, é só mais um delírio, doído e louco,
De minhas noites...  Na janela debruçada... Sem sono...

      Lani ( Zilani Celia)







segunda-feira, 16 de maio de 2016

PERDÃO DA ALMA!

 Foi forte demais o que senti,
Que de tanto amor me corrompi,
Enganei minh’alma a ela, menti,
E sem nenhuma pena, a entreguei a ti...

Enquanto a levavas, ela me olhava,
Não queria ir, em silêncio, chorava,
Sabia que sofreria, me suplicava,
E de antemão, já me culpava...

O tempo passou, a reencontro agora,
Não é mais menina, sim, uma senhora,
Traz ainda as marcas, de minha traição,
No rosto triste e no fundo, do coração...

Queria pedir, que esquecesse e me perdoasse,
Que, se possível, para mim voltasse,
Lhe imploraria para que, tentasse esquecer,
E diria, o quanto sofri... Enquanto... A via morrer...

    Lani (Zilani Celia)





terça-feira, 3 de maio de 2016

MÃE, UM SONHO ENCANTADO!

Cai a chuva, assustada, desperto,
Ouço seu barulho, forte, no telhado,
Sem respirar, reteso o corpo,
E com medo, na cama me encolho...

O vento se joga, empurrando a porta,
Sacode da cama, a branca colcha,
Tapo a cabeça, fico quieta,
Quando sinto tua mão, tocar a minha testa...

Volto no tempo, me perco em devaneios,                         
Num emaranhado de antigos sentimentos,
Não quero abrir os olhos, para não acordar,
Sei ser um sonho, ali, não podes estar...

E como em criança mãe, chamei por teu nome,
Meu grito triste ecoou, no silêncio da noite,
O anjo, que teu sono velava, sorrindo, me disse,
- Não a acordes, filha!  ... Não vês, que a deixas triste?


     Lani   (Zilani Celia)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

PÁTRIA MÃE, BRASIL!

Seus olhos choram, suas tetas secam,
Suas entranhas agitam-se, tem fome de honestidade,
As árvores e as flores ante ela se curvam,
Uma rainha, que nunca perde a majestade...

É gigante, foi ferida de morte, seu grito se ouviu,
A dor foi forte, todo o continente sentiu,
Amargas lágrimas correm, de raiva e de vergonha,
Por ver-se, envolvida em tanta lama...

Por desmandos tiram de seu povo, o emprego,               
Tolhem seus direitos a educação e a saúde,
Predadores matam, não há segurança,
Roubam a dignidade e o futuro da criança...

Vê na fronte erguida o suor de quem labuta,
Seus filhos, sem armas, pintam o rosto, vão à luta,
Empunham o pendão, verde amarelo do céu o anil,
E orgulhosos, entoam o hino... Da Pátria mãe...  Brasil...



     Lani (Zilani Celia)

quinta-feira, 31 de março de 2016

NÃO TE DEMORES!

  
Não te demores, se vais mesmo partir,
Não olhe para trás, tranque a porta ao sair,
Para mim, nosso quarto, será qual uma tumba,
Triste, sem luz, envolto na penumbra...

Não vou mais pedir, para ficares,
Nem chorar, quando enfim daqui te fores,
Serei para ti, apenas uma recordação,
Mesmo que leves contigo, meu sofrido coração...

Te dou adeus, com a alma dilacerada,
Sabendo que de mim, não resta, nada,
Como sonâmbula viverei a cada dia,
Vá embora! Ponha fim nesta agonia...

Se vais mesmo partir, não te demores,
Vou estar de pé, quando, de mim, te despedires,
Mesmo que precise estar, acorrentada ao chão,
Para não correr atrás de ti, pegar-te a mão,
E por nada... Pedir-te... Perdão...

      Lani  ( Zilani Celia)


segunda-feira, 21 de março de 2016

PARA TI, LEONARDO!

Toda a vez que te olho menino,
Entregue ao sono, tranquilo,
Tua respiração, leve, ritmada,
Parece-me música, lentamente tocada...

Tua boca se contrai num sorriso,
Na certa sonhas com algo mui lindo,
A mãozinha pequena embala-se no ar,
Inocente, tentas estrelas alcançar...

Acaricio teu lindo rostinho,
É suave, como penas de um passarinho,
Ouço vozes de anjos, cantando teu nome,
Enquanto emana de ti, delicado perfume...

A magnitude deste momento,
Faz meu coração bater cuidadoso, mais lento,
Pois, ver-te Leonardo, no berço dormindo,
Transcende ao mundo... É visão do paraíso...

       Para homenagear a inocência e o quanto de ternura alcança meu coração, a visão de um bebê entregue ao sono, quanto mais, tratando-se do Leonardo, nosso querido netinho mais novo.
  

     Lani ( Zilani Celia)

domingo, 6 de março de 2016

ANTAGÔNICOS SENTIMENTOS!

  Eu me encanto com a beleza da flor,
Vibro, ante a sutileza de sua cor,
Delicadamente tento tocá-la,
Ela frágil, em minhas mãos se despetala...

Cai a chuva, líquido etéreo, em meu corpo,
Abro a boca, tento sentir seu gosto,
Ela queima, não é mais a água benta e sagrada,
Que a alma de todos, antes, lavava...

Eu vejo o sol forte, que no alto brilha,
É lindo, mas, não mais, uma maravilha,
Quando jovem, sob ele me aquecia,
Agora, fujo dos raios, da armadilha...

Me emociono ante o mar e o poder de suas ondas,
Barcos lotados, trazendo a bordo crianças,
Os coletes, não salvam vidas, jazem inertes nas praias,
E elas não sentirão nos pés, o calor das areias...

Me refugio no alto de uma montanha,
Olho meu mundo, que lá embaixo desmorona,
Meus olhos ardem, é a lágrima que teima,
E um pedido de perdão...  No céu, se desenha...


            Lani (Zilani Celia)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

UM LUGAR DE SONHOS!




 Nas margens de capim verde, deito­ ao luar,
Onde a paz se faz constante e estrelas, posso alcançar,
Ali tudo fica mais lento, até o vento parece dançar,
Uma trilha é apenas caminho e mais longe, alcança o olhar...

Ao ritmo das ondas, uma criança ninar,
Embalando recordações bendizer, ainda poder sonhar,
Um barquinho de papel por na água, a navegar,
Levando meus desejos, para além, em alto mar...

No barulho do vento, ouvir uma doce canção,
Cada folha caindo, ser um bailado em execução,
No lindo azul que pinta o céu, como tela de pintor,
Apreciar a obra prima, de Deus, Nosso Senhor...

Ver flores se espalharem, como manto no entardecer,
Cobrindo todo o caminho, poder ali adormecer,
E, ao acordar, emocionada, querer agradecer,
À natureza pelo espetáculo... De cada alvorecer...

    Lani (Zilani Celia)





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

QUARTA FEIRA DE CINZAS!


 A cada bloco que passa, invade a avenida,
Com a cara pintada, é palhaço da vida,
Sabe ser esta noite, o final, a despedida,
E, qual louco dança, ao embalo da música...

A fantasia, mais uma vez é usada,
Está velha, sem cor, desbotada,
Companheira constante, de loucos carnavais,
Nela secou muitas lágrimas e abafou tristes ais...

A última escola aponta, ele se perfila,
Treme todo, uma oração, balbucia,
Fecha os olhos, se sente o mestre sala,
E respeitoso se curva, ante a porta bandeira...

A quarta feira o acorda, de seu sonho lisérgico,
A mão da musa, não mais, acaricia seu rosto,
Num derradeiro estertor, canta ainda um enredo,
E, o carnaval... Beija o asfalto...  Num esforço supremo...

 Lani ( Zilani Celia)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

QUANDO MORREM OS SONHOS!

 Esvai-se da alma a esperança,
A tristeza se instala na lembrança,
A solidão chega, o amor se distancia,
A boca cala e o mundo, silencia...

Quando morrem os sonhos...

A noite se torna mais densa,
O silêncio sobre a mente se lança,
Torna a dor, mais forte mais intensa,
A chaga não cicatriza, abre e sangra...

Quando morrem os sonhos...

A entrega é plena, cessou a luta,
A vida definha, a morte se debruça,
Do corpo, o último alento suga,
E os gritos, insensível não escuta...
                                                                                         
Quando morrem os sonhos...

O peito já não mais se inflama,
Ninguém ao lado, pesa o vazio da cama,
Não vê a luz, apaga-se a última chama,
O coração arranca...  E com as unhas...O arranha...




                              Lani ( Zilani Celia)



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

PÁSSARO DE FOGO!


Sou pássaro de fogo...
Vivi, em gaiolas de ouro, reluzentes,
Acordei de sonhos, incandescentes,
Exauridos, por presenças, ausentes...

Sou pássaro de fogo...
A quem amar, me é negado,
Por inflamar-me, a um beijo roubado,
E correr como louco, ao ouvir da noite, o chamado...

Sou pássaro de fogo...
Ardem-me as penas, ao sentir,
Que mesmo, querendo ficar, tenho de ir,
Viver, uma vida louca, de eterno partir...

Sou pássaro de fogo...
Fadado a iluminar horizontes,
Tomar água, em longínquas fontes,
Dar voos altos e outros, rasantes...

Sou pássaro de fogo...
Abatido, me deixo levar por ventos e tempestades,                    
Tenho as asas enfraquecidas, pela dor e as saudades,
E nos olhos cegos...  Tatuadas pungentes...
Imagens irreais e... Distantes...

Lani ( Zilani Celia)