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Recanto das letras

sábado, 29 de agosto de 2015

DESESPERANÇA !

 Resignadamente, caminho ao encontro,
Do que a vida ainda queira me dar,
Nada mais peço, nem nada pergunto,
Apenas sigo, sem saber o que vou encontrar...

Já desfilei em grandes passarelas,
Corri sem medo, em sujas vielas,
Voei em grandes sonhos, bem alto,
Mas, também tropecei e caí no asfalto...

Levantei tantas vezes, não aprendi,
Que, cada queda é p’ra lembrar, eu esqueci,
Cobri meus olhos, com a venda da ilusão,
Sem ouvir, o que sussurrava meu aflito, coração...

Agora, preciso que me levantem ao cair,
Sozinho, enfraquecido, não sei para onde ir,
Estendo as mãos para um mundo, que já não é meu,
Passou tão rápido, foi embora...  E de mim esqueceu...

   
  Lani ( Zilani Celia)




sexta-feira, 14 de agosto de 2015

FIDELIDADE !


Sinto-me paralisado, estou triste o frio é tão forte,
Que enregela o corpo e deixa minh´alma descrente,
Te amei por uma vida inteira, sinceramente,
Não entendo, porque não estás aqui, como sempre...

Partiste ontem, vi quando entraste no carro,
Era noite, corri atrás, mas, me perdi no escuro,
Uivei o mais que pude, não deste ouvidos ao meu chamado,
Chorei amigo, não entendi ires embora, teres me deixado...

Não me importa se minha vida se esvai pouco a pouco,
A neve cai, permaneço aqui, tratam-me como louco,
Sei, que se eu sair e voltares, não vais me encontrar,
Estou tão sozinho, tenho medo, venha me buscar...

Meus olhos estão pesados, já quase não me movo,
Estou confuso, brinco contigo, sinto-me feliz de novo,
Lambo tua mão, sinto teu cheiro, há! Como te amo...
Não sei viver sem ti, não me abandone... Meu dono...



    Lani ( Zilani Celia )

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A ENCHENTE !


  
A natureza reage, em franca revolta,
Empurra pessoas, arrebenta a parede, abre a porta,
Incita o rio, a despejar-se e a correr solto,
E ele, em devaneio a obedece e se lança como louco...

Inunda tudo, não perdoa, nem a criança,
Que vê, seu brinquedo arrastado, pela água, atônita,
Abraça a mãe, que chora desesperada,
Por sua vida, que está pela chuva, sendo levada...

Não podem voltar, a casa está alagada,
O que já foi um lar, é só escombros, mais nada,
Só querem um dique, para a água ser represada,
Mas, ele jaz morto, numa suja papelada...

Vem o sol, todos vão esquecer,
Menos ele, que sabe, vai voltar a chover,
O pai da menina triste, com olhos secos, azuis,
Terá de nadar na lama, de sua casa, de sua rua e de seu país...


    

          Texto com o qual me solidarizo, com as famílias gaúchas que foram atingidas pelas últimas chuvas e que, ano após ano perdem tudo e mesmo assim recomeçam, na esperança de um dia serem olhadas e tratadas com a dignidade que merecem.


             Lani (Zilani Celia)