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Recanto das letras

quarta-feira, 23 de abril de 2014

(DE) MENTE...


  
Acordo assustada e onde estou não sei,
Num momento triste da vida, no qual me condensei,
Aprisionada, onde eu mesma me amarrei,
E, com incoerência meus sonhos desintegrei...

Se, nem lembranças restaram de minha história,
Cansada, alojo-me no escuro, alma desconsolada,
Como demente, a delirar, mente embotada,
Quero lembrar, mas, não posso, estou fortemente amarrada...

E no vazio que me envolve, fico me procurando,
Reconheço-me, num átomo de segundo,
Sou a imagem ainda gravada em minha mente,
Não a desfigurada, que vislumbro, insistentemente...

Meu espírito sofre, preso a um corpo decadente,
Vou libertá-lo, deixá-lo ir embora, livremente,
Abrir, o grilhão imaginário, que a ele me prende,
Assim, sem mim... Será livre, novamente...

Lani              (Zilani Celia)





sábado, 12 de abril de 2014

UM CORPO VAZIO...


 Deu adeus baixinho, sussurrando,
Ao ver o amor, se afastando,
Lentamente pelo escuro se envolvendo,
E sua figura, ir pouco a pouco se apagando...

Era apenas um corpo, ali plantado, parado,
O coração batendo forte, querendo acordá-lo,
Pulava em seu peito, desesperado,
Ele não se movia e não atendia seu chamado...

Suas veias pulsavam, como um rio bravio,
E ele paralisado, com o semblante doentio,
Seu sangue corria nas veias, em ebulição,
Vendo tudo chocar-se, como água num paredão...

Seus olhos vermelhos, rasos de lágrimas,
Que não corriam, paradas, estupefatas,
Queriam jogar-se, inundar lhe as faces,
Fazê-lo atrás do amor correr, talvez isto adiantasse...

As pernas se dobraram, ele caiu de joelhos,
Não há como ouvir do corpo os apelos,
Pois a alma cansada com o amor foi embora,
Deixou o corpo vazio...  Só com lembranças, agora...

      
  Lani              (Zilani Celia)